Já não sei
onde foi parar meu coração.
Dilacerado, transformado
em migalhas, machucado tantas e tantas vezes que já não há como consertá-lo,
não há como juntar os pedaços espalhados pelo chão, levados pelo vento sem
destino certo.
(Minha alma
clama por súplica).
Os meus sentimentos
foram enterrados por toda dor que senti e que ainda venho sentindo cada vez mais
forte, cada vez mais delirante, cada vez mais sufocante.
(Irei
enlouquecer em breve).
Já não sei onde
foi parar o amor que um dia habitou em mim, tudo foi arrancado de forma
brutal, cruel.
(Sozinha, completamente sozinha, o vazio habita em mim).
Não consigo
chorar, não consigo arrancar essa dor, não consigo apagar tudo, não
consigo esquecer, não consigo mais viver assim.
Eu havia
prometido morrer por você se preciso fosse. Seu amor foi o meu guia, minha
luz, minha libertação, foi o som mais lindo e suave que já pude ouvir. Eu fui
capaz de enxergar através dos seus olhos, através do seu coração.
Eu disse
que já não podia me distanciar de você, não podia viver sozinha, mas você
simplesmente se foi, não olhou para trás, apenas foi e levou tudo consigo.
Eu pedi ao
vento que me guiasse até você, mas você não deixou rastros, me deixou
dilacerada, sem forças, sem rumo. Me tirou a paz, a esperança, a alegria,
todas as minhas forças.
Irei partir
essa noite, seguirei por um caminho desconhecido e chegarei a um lugar onde a
palavra amor não exista. Sei que ao amanhecer ninguém irá procurar por mim, ninguém irá sentir minha
falta, ninguém lembrará da minha humilhante existência.