sábado, 9 de agosto de 2014

Condenada pelo amor

Travo uma luta diária contra meu coração.
Esse coração ingênuo, esperançoso, frágil... Ele não percebe que está em migalhas há muito tempo e que o vento levou para longe grande parte de seus pedaços. Ele se encontra com cicatrizes eternas e ainda algumas feridas abertas que insistem em não cicatrizar, apesar do tempo.
Eu lhe digo para esquecer, para perder as poucas esperanças que lhe restam, suplico para que contente-se com o destino traçado. Ele responde que enquanto houver forças para continuar pulsando vai lutar pelo amor, vai continuar tendo esperanças que o vento traga de volta os pedaços que lhe foram arrancados sem piedade.
Como me entristece esse coração...
Como me maltrata...
Como me decepciona...
Mostro seu reflexo e suplico que lembre-se de como o amor lhe fez sofrer, como a dor foi tão forte ao ponto de lhe causar danos irreparáveis. Esse amor terrível, sem piedade.
Às vezes sinto que meu coração se transformou em uma geleira e isso me enche de alegria, mas caio em desespero quando ao simples som de uma melodia antiga ele se aqueça de forma descontrolada e com uma força tão assustadora que lágrimas escorrem sem que eu possa controlar...
Sinto que estamos condenados a sofrer por esse amor enquanto houver o último suspiro de vida em nós...