Travo uma luta diária contra
meu coração.
Esse coração ingênuo,
esperançoso, frágil... Ele não percebe que está em migalhas há muito tempo e que o vento levou para longe grande parte de seus pedaços. Ele se
encontra com cicatrizes eternas e ainda algumas feridas abertas que insistem em
não cicatrizar, apesar do tempo.
Eu lhe digo para esquecer,
para perder as poucas esperanças que lhe restam, suplico para que contente-se com o destino traçado. Ele responde que enquanto houver forças para
continuar pulsando vai lutar pelo amor, vai continuar tendo esperanças que o
vento traga de volta os pedaços que lhe foram arrancados sem piedade.
Como me entristece esse
coração...
Como me maltrata...
Como me decepciona...
Como me maltrata...
Como me decepciona...
Mostro seu reflexo e suplico que lembre-se de como o amor lhe fez sofrer, como a dor foi tão forte ao ponto
de lhe causar danos irreparáveis. Esse amor terrível, sem piedade.
Às vezes sinto que meu coração
se transformou em uma geleira e isso me enche de alegria, mas caio em
desespero quando ao simples som de uma melodia antiga ele se aqueça de forma
descontrolada e com uma força tão assustadora que lágrimas escorrem sem que eu possa
controlar...
Sinto que estamos condenados
a sofrer por esse amor enquanto houver o último suspiro de vida em nós...